O CAT, Centro de Atendimento ao Telespectador, como o nome já diz, esse lugar atende o telespectador em tudo que ele procura, serve também para pesquisa: tudo é anotado e passado a quem interessa. Além das pesquisas do Ibope, o CAT é que dá à emissora uma valiosa noção de como este ou aquele programa está sendo aceito. A opinião do público é capaz de modificar o andamento da história de uma novela, e foi o que aconteceu na novela Viver a Vida (Rede Globo, 2010), alguns telespectadores ligaram para o CAT e pediram um “sacode” em Isabel (Adriana Birolli), e o pedido foi atendido na cena em que sua mãe Tereza (Lilia Cabral) lhe dá uma surra. Para muitos, essa foi exagerada. Segundo dados, o sexo e a violência retratados em novelas aumentam o índice de audiência. A personagem não era das mais simpáticas, mas a surra chocou, foi uma violência desnecessária. Não deve ser aceitável que as mulheres sejam espancadas nas novelas. Isso incentiva a violência contra a mulher! Não interessa se quem bate é mãe, amiga ou irmã: violência não tem sexo. A atitude mais correta seria Tereza se reunir com o ex-marido e a filha, expor a situação e pedir que ela vá morar sozinha, já que a convivência se tornou insuportável, e não o apelo à violência.
Na novela Insensato Coração (Rede Globo, 2011) há uma abordagem e por conseqüência uma discussão sobre a violência contra as mulheres com Natalie Lamour (Deborah Secco) apanhando do personagem Cortez (Herson Capri), o banqueiro milionário, ela é colocada como objeto sexual e ele como seu proprietário. Ele achou que a loira entregou fotos comprometedoras do casal para sua mulher.
Na novela Morde e Assopra (Rede Globo, 2011) também foi ao ar cenas com violência a mulher, desta vez foi com a personagem Lavinia (Nívea Stelma), que levou uma bofetada do banqueiro Oséas (Luis Melo), por que saiu de casa sem sua permissão, a mesma não o abandona porque ele a ameaça de morte caso isso aconteça.
Rita de Cássia (Adriana Lessa) era uma mulher trabalhadora que sofria com a violência do marido, Cigano (Ronnie Marruda), quando este bebia, na novela Senhora do Destino (Rede Globo, 2004).
Isaura (Bianca Rinaldi) sofreu por ser mulher e por ser escrava. Esta novela é baseada em um romance do século XIX, em Escrava Isaura (Rede Record, 2005).
Gui (Juliana Paes) também sofreu nas mãos do marido, quando este bebia. Ela superou o trauma com o amor e companheirismo de Arthur Fortuna (Murilo Benício), na novela Pé na Jaca (Rede Globo, 2006).
Catarina (Lilia Cabral) era humilhada pelo marido, Leonardo (Jackson Antunes), e chegou a apanhar na frente dos filhos em A Favorita (Rede Globo, 2008).
Em O Rei do Gado (Rede Globo, 1996), Léa (Sílvia Pfeifer) foi totalmente apaixonada por Ralf (Oscar), mas quando os dois brigavam, ele descontava sua ira dando surras nela.
O ciúme de Clóvis (Dalton Vigh) foi a faísca que acendeu sua violência contra Sônia (Paola Oliveira) em O Profeta (Rede Globo, 2006).
Outra mulher que sofreu muito com a fúria e violência do marido foi Neusa (Ana Paula Tabalipa). Ela era espancada e sofria abusos sexuais do marido em Vidas Opostas (Rede Record, 2007).
Uma das cenas mais fortes da televisão foi a de Raquel (Helena Ranaldi) apanhando com uma raquete de Marcos (Dan Stulbach) em Mulheres Apaixonadas (Rede Globo, 2003). A personagem é agredida pelo ex, mas não tem coragem de denunciá-lo à polícia. Para fugir do marido, Raquel se muda de São Paulo para o Rio de Janeiro e consegue dar aulas de Educação Física na ERA, mas ele descobre seu paradeiro e volta a transformar sua vida em um inferno. Entre outros atos de violência, Marcos costuma bater na mulher com uma raquete de tênis. Na escola, Raquel faz amizade com o aluno Fred (Pedro Furtado), e os dois vivem uma relação de afeto e cumplicidade, apesar da contrariedade dos pais do rapaz. Marcos passa a perseguir o garoto, e Raquel o denuncia. No final, Marcos atrai Fred para uma emboscada, e os dois morrem. A professora termina a novela grávida do estudante, a quem faz uma homenagem na festa de fim de ano da escola.
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