As novelas têm grande importância no que se refere a dispor informação ao público sobre diferentes aspectos, funcionando dessa forma como verdadeiro veículo informativo. Permitindo que os telespectadores obtenham conhecimento sobre determinado assunto, ela também alerta a muitos problemas reais da nossa sociedade, fazendo com que as pessoas abram os olhos e dê soluções aos seus problemas.
Na novela Caminho das Índias (Rede Globo, 2009), foi mostrado o cotidiano de portadores de doenças mentais. Os personagens são, na maior parte das vezes, mostrados em uma clínica, com acompanhemento de profissionais, e irão mostrar suas habilidades individuais em bandas, trabalhos artísticos e computação. Também foram abordadas as classes sociais a partir deste tema. Na trama é mostrado que as classes mais baixas fazem mais inclusão dos portadores de doença mental na sociedade do que as altas, que tentam esconder familiares com o problema.
Quem não se lembra da personagem Camila (Carolina Dieckman), da novela Laços de Família (Rede Globo, 2000)? Foi o papel mais difícil da carreira da atriz, segundo a mesma, que teve que raspar o cabelo em cena para mostrar a realidade de uma pessoa com leucemia. Permitindo que o público conhecesse o desenvolvimento da doença e o tratamento existente para essa, mostra também que a doença torna-se fatal sem o tratamento adequado.
Outra personagem que nos alertou de um problema real, o qual não era muito discutido foi o papel de Pérola Faria em Páginas da Vida (Rede Globo, 2006). A jovem atriz vivia Giselle, uma garota pressionada pela mãe a ser bailarina e também proibida de engordar e com tanta pressão a menina desenvolveu um sério quadro de bulimia. As cenas levaram os pais brasileiros a refletirem e observarem o comportamento de seus filhos, acabando assim a diagnosticar vários casos da doença em sua família.
Outra personagem que abordou um assunto bastante frequente e sério entre a população brasileira, o uso de drogas, foi a atriz Débora Falabella na novela O Clone (Rede Globo, 2001). Débora deu vida a Mel, uma jovem dependente química. A novela mostrou o drama de uma pessoa que opta por esse caminho, perdendo seus amigos, familiares e a dignidade, pois Mel acabou até sendo presa por porte de drogas e colocando sua família em risco por conta do vício. Após uma forte crise de abstinência, na qual quebrou o seu quarto inteiro, Mel foi levada a uma clinica de reabilitação.
Outra personagem que fez o Brasil inteiro ter raiva foi Nazaré (Renata Sorrah), uma das maiores vilãs da TV brasileira na novela Senhora do Destino (Rede Globo, 2004). Ela cometeu o crime pelo simples fato de querer que seu amante a assumisse, já que era uma mulher da vida. Sequestrou Lindalva (Carolina Dieckman) para poder inventar uma falsa gravidez e assim conseguir ficar com o homem.
Marcos Frota também viveu um problema real na novela América (Rede Globo, 2005), defendendo o direito dos cegos com o personagem Jatobá. Na mesma trama foi mostrado o problema de Haydée (Christiane Torloni), que era uma mulher elegante, influente, mas também cleptomaníaca. Ainda na novela América o público pôde conhecer os entraves que existe em emigrar para outros países em busca do sonho de uma vida melhor financeiramente, foi mostrada a realidade de pessoas que optaram por esse sonho e as dificuldades enfrentados por estes.
A personagem Luciana (Alinne Moraes), em Viver a Vida (Rede Globo, 2009), interpreta uma modelo que se torna tetraplégica e busca adaptar-se a sua nova realidade. Mostra ao público que é sim possível ter uma vida normal ainda que esteja em cima de uma cadeira de rodas. A personagem trabalha, casa e tem filhos. São mostrados os tratamentos possíveis para uma pessoa nesse estado e o desenvolvimento que ocorre. Enfatiza também as dificuldades enfrentadas por deficientes físicos na sociedade.
O câncer de mama foi abordado na novela História de Amor (Rede Globo, 1995), que considerou importante tratar da questão no horário das 18h, dominado pelo público feminino. Através da personagem Marta (Bia Nunes), que luta contra a doença, a novela reforçou as campanhas de prevenção e conscientização. Enquanto a novela esteve no ar, registrou-se o aumento no número de exames preventivos. A mastectomia (cirurgia de retirada da mama) e o apoio familiar às vítimas do câncer foram alguns dos assuntos tratados pelo autor.
Corpo Santo (Rede Manchete, 1987) foi a primeira novela a retratar a AIDS. Enfim, a televisão brasileira vai tocar num assunto que está mexendo com a cabeça de todo mundo. A novela Corpo Santo mostra a primeira personagem aidética do vídeo brasileiro. A prostituta Marina (Eliene Narduchi), vai ao médico, desconfiada de um gânglio que apareceu no seu pescoço, e horas depois todos os seus amigos já sabem que Marina pegou a doença. O preconceito é tão grande que, um mês antes de o capítulo ir ao ar, a divulgação da notícia na Revista Amiga transformou a vida de Eliene Narduchi num inferno. Os vizinhos deixaram de falar com ela, passaram a mudar de calçada quando a encontram na rua e mesmo alguns atores criticaram sua decisão de aceitar o papel. A atriz ficou perplexa com essas reações. "Acho que já estava na hora de falar da AIDS e quando o Louzeiro (um dos autores da novela) me chamou, aceitei na hora." A partir desta, várias outras novelas abordaram o assunto, falando de prevenção e tratamentos. Novelas direcionadas ao público jovem, como Malhação, já abordou o assunto, no ano de 2000 com a personagem Érica (Sâmara Felippo), que adquiriu o vírus após uma relação sexual sem preservativo.
As novelas têm incentivado o uso da camisinha em seus capítulos. A novela Insensato Coração (Rede Globo, 2011) abordou o assunto com o casal Alice (Paloma Bernardi) e Vinícius (Thiago Martins). Alice é uma menina doce, mas nada ingênua. Quando ela começa a namorar Vinícius, ele propõe que eles transem sem camisinha. Ela nega.
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